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Policial age com truculência, censura e manda prender jornalista no Sertão de Alagoas

O jornalista Hélio Fialho, do portal Notícia Quente, sediado em Pão de Açúcar, foi vítima de censura e recebeu voz de prisão enquanto trabalhava na apuração de informações sobre um acidente, no final da tarde desta quarta feira (2), na rodovia AL-220, perto da entrada de Olho D’água das Flores.
Ele relatou ao Correio Notícia que estava retornando com a família de
Arapiraca para Pão de Açúcar, onde mora, quando presenciou uma aglomeração de pessoas e algumas viaturas policiais. Foi então que decidiu parar o carro e descer para averiguar do que se tratava. Era um acidente com motocicleta, que tinha como vítima uma mulher, a qual, ainda no chão, apresentava escoriações.
Após tirar algumas fotos da situação, ele conta que se aproximou de um policial para pedir informações sobre o ocorrido. Enquanto fazia algumas perguntas, outro policial aproximou-se, segundo ele, de forma truculenta e arrogante, dizendo que ele havia filmado a cena e a vítima, que ele não podia fazer aquilo e que ele estava preso.
O policial, que não quis dizer o nome ao jornalista, também foi truculento com a esposa do profissional de imprensa, que presenciou tudo. O outro agente, segundo Hélio Fialho, não atendeu ao pedido do colega de farda para prendê-lo, porém, pediu para recolher o aparelho celular dele, que se recusou. O policial, porém, insistiu e Hélio, intimidado, mostrou a ele a galeria de fotos. O policial pediu que ele apagasse as fotos da vítima do acidente, fato considerado como censura prévia, uma vez que cabe ao profissional de imprensa avaliar a necessidade ou não da publicação do material e, caso o faça, arcar com as consequências da decisão.
“Eu estava ali no meu direito como jornalista profissional. Infelizmente eu fui censurado e recebi voz de prisão. Só que os outros policiais acharam tão arbitrária a atuação desse policial que estava tão alterado, muito descontrolado, que não me levaram preso. Agora, esse que se aproximou de mim com calma, com decência, me fez apagar as fotos da moça. E quando eu estava dessa forma, conversando com ele, minha esposa, que ouviu os gritos, veio saber o que estava acontecendo e eu expliquei, aí quando ela se aproximou, o policial gritou com ela também”, relatou Hélio Fialho.
“Quinta-feira estarei denunciando o fato ao secretário de Segurança de Alagoas, ao governador Renan Filho, e ao Batalhão de Polícia Militar de Santana do Ipanema, ao qual o policial pertence, pois trabalha na companhia de Olho D’água das Flores. Fui ameaçado, recebi voz de prisão, levei nome de irresponsável e fui obrigado a apagar as fotografias da jovem. Censura? Censura no ano de 2020?! Fica aqui o meu repúdio”, desabafou o jornalista

Fonte: Correio Notícia